São muitas as palavras que morrem no contato do meus dedos com esse teclado. E eu, poeta falido que queria te enfeitar com colares de frases bonitas, descubro que das palavras eu nada sei. Nada. Foi-se a eloqüência. Acabou o bailado feliz com sons inventados que eu imaginava para poder traduzir em poemas, sonetos e contos. Não existe tristeza, mas fica aquela sensação que histórias inacabadas produzem (e sorrindo me pego pensando que o que nunca começou, não pode ter fim).
Palavras são frágeis feito sentimentos, e eu não gosto de machucar nem um e nem outro. Mas eu não sei, Lua, eu realmente não sei se continuo a escrever. Já não é tão fácil como me parecia, e se te conto isso agora, foi porque me pediste para nunca abandonar as letras.
Mas faltam os cheiros e sensações. Falta um par de olhinhos multicoloridos que eu sabia que sempre estariam ali para ler cada linha que eu escrevia, em um silêncio resignado e decidido. Falta, sem sombra de dúvida, saber que no teu rosto nasceu um sorriso. Sem isso, não existe poesia que sobreviva.
E por isso me mantenho em silêncio, rezando para que os anjinhos cuidem muito bem de você.
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